rs.png

 

O território de Santa Maria da Feira desde cedo sentiu o impacto da COVID-19 e foram muitas as organizações e associações que, numa mutação mais rápida que a do vírus, se focaram no trabalho de luta contra os efeitos da pandemia.

 

A Rosto Solidário, com um trabalho importante na área social e no apoio a populações particularmente vulneráveis, não perdeu tempo e criou sistemas e dinâmicas, rotinas e projetos novos para dar resposta aos seus beneficiários, mas também a outros a quem o confinamento obrigou a experimentar dias mais cinzentos.

 

Esta ONGD já recebia regularmente vestuário usado, que depois de selecionado, tratado e muitas vezes recuperado é atribuído a pessoas e famílias que delas necessitam, em condições boas de utilização. Desta atividade resultam sempre alguns excedentes que normalmente eram lixo.

Foi a olhar para estes “restos” que os voluntários desta organização que realizam o seu projeto ao abrigo do Corpo Europeu de Solidariedade decidiram aproveitar os tecidos das camisas de algodão e começaram a fazer mascaras de uso social que depois distribuíram por pessoas e organizações que iam pedindo apoio para a aquisição de máscaras.

Foi preciso aprender as normas para a sua produção, as regras para que sejam seguras e tratar de escolher os tecidos para que tudo começasse.

Os voluntários produziram até ao momento cerca de 200 máscaras reutilizáveis de uso comunitário para a Rosto Solidário.

As máscaras produzidas foram entregues sobretudo às pessoas apoiadas pela Rosto Solidário e já têm sido distribuídas pela assistente social – Solange Oliveira, que atesta a pertinência da ação

 “Vieram responder a uma necessidade que as famílias tinham e nos solicitavam”.

E Conceição Santos, membro da direção da Rosto Solidário, explica mais:

“Tudo começou numa pergunta: E porque não? Porque não utilizarmos os excedentes de vestuário do nosso banco de recursos? Porque não procurarmos a norma que regulamenta a confeção de máscaras? E porque não fazermos máscaras reutilizáveis com o contributo dos jovens voluntários do Corpo Europeu de Solidariedade que viram o seu projeto condicionado pela pandemia? E porque não oferecermos mascaras à população que apoiamos e que alguns parceiros nossos apoiam? E rapidamente deixou de ser porque não, e passou a ser um grande sim de empenho, reutilização e colaboração. Ah! Só não conseguimos que o sorriso se visse através da máscara, mas sabemos que está lá.”

Também com o mesmo espírito solidário esta equipa produziu mais 103 máscaras a pedido da Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares – Santa Maria da Feira.

Polina Smirnova, jovem Russa e uma das voluntárias do projeto, não podia estar mais feliz com o processo: 

"Pareceu-me logo uma boa ideia começar a fazer algo com minhas mãos num momento em que todas as nossas atividades eram on-line. Mas percebi depressa que também se trata de solidariedade e de trabalhar juntos para o objetivo comum de derrotar a pandemia. Se no final estas máscaras ajudarem pelo menos uma pessoa a não ser infetada, então já valeu a pena.”

 

As próximas a entrar nesta verdadeira linha de produção também já têm dono. Serão para os utentes  do Centro Social e Paroquial de Fornos, organização parceira e onde alguns dos voluntários desenvolvem atividades, que por agora estão interrompidas, e Faustine Keramrrec, que veio da França e é outra voluntária envolvida, destaca ainda outro benefício:

"A produção de máscaras é uma oportunidade de reutilizar uma peça de roupa que foi dada e que espera uma nova vida. Estou realmente feliz por fazer parte desta ideia, porque ao mesmo tempo ajudamos a comunidade durante esse período de pandemia, mas também criamos um bom impacto no meio ambiente através da reciclagem ".

 

E há quem se preocupe muito com o ambiente, como o voluntário Alan Coli, que veio de Itália e também ele é voluntário envolvido no projeto, destacando que:

“Estes dias eu estou a ajudar a produzir máscaras porque acredito que de momento é uma solução muito útil na prevenção. Além disso, estou entusiasmado com o facto de estarmos a reciclar materiais, um excelente exemplo de economia circular de facto, num tempo em que é preciso lembrarmos que as máscaras cirúrgicas não são recicláveis e por estes dias há milhões a serem gastas.”

Mas nem só para a produção das máscaras vivem estes voluntários, que não dizem que não a um bom desafio e decidiram ajudar a pintar de novo a sala que antes acolhia os mais velhos no Centro Social e que agora os aguarda mais fresca e bonita, como nos testemunha o Padre Gomes, presidente do Centro Social de Fornos:

“a produção de máscaras e a pintura da sala foi uma forma maravilhosa de os voluntários se manterem úteis e próximos dos nossos idosos neste tempo de isolamento”

E como em equipa que ganha não se mexe, estes voluntários prometem não parar enquanto existir a necessidade e os materiais, garantindo que com o seu exemplo os valores do projeto europeu e a missão do Corpo Europeu de Solidariedade continuam a ter um impacto indisfarçável nas comunidades e nos cidadãos.

 

Este artigo é da responsabilidade da Agência Erasmus+ Juventude em Ação. Todas as imagens são propriedade da Rosto Solidário.

Podes saber mais sobre as atividades e o conteúdo deste artigo em https://www.facebook.com/ESCrostosolidario/

Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização Está a usar um navegador desatualizado. Por favor, actualize o seu navegador para melhorar a sua experiência de navegação.